quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Aprofundar uma opção de vida minimalista 1: parar!

Uma vez mais, a vida obrigou-me a parar.

Fui durante grande parte da minha vida um pessoa tendencialmente hiperativa,  workaholic, como diriam os americanos, ansiosa, como diriam os psicólogos. Aos poucos, graças a grandes períodos de reflexão, de terapia e de prática de yoga, consegui mudar-me para uma pessoa mais tranquila, mais autocontrolada e mais cool. O que não significa menos sensível, solidária e ativa. Como se diz na prática de yoga, aquietei o meu coração. Ou seja, na maior parte das situações difíceis, sou capaz de ganhar distância face ao stress e à angústia, por exemplo, e de agir calmamente. Mas este é um projeto de toda uma vida, como já antes aqui referi.

Depois das férias de verão, obriguei-me a uma maior disciplina face ao trabalho e à casa. Tendo de trabalhar mais horas por semana, impus-me objetivos e períodos de trabalho semanais mais rigorosos, mas também rotinas de cuidados (da família, da casa...). Vivi mesmo uma hierarquia de sonos-alimentação sem qualquer tipo de transigências, de modo a poder funcionar bem em casa e no trabalho.

Não consegui, todavia, integrar uma «respiração completa», um «espaço» para mim própria, nem mesmo uma rotina na minha prática de yoga. Por isso, quando o meu filho voltou a adoecer em setembro, fui-me progressivamente dando conta de que, do modo como me organizara, era incapaz de levar por diante os meus projetos profissionais e pessoais de curto prazo. No sábado passado fui obrigada a parar. O meu corpo e a minha alma rejeitaram este meu novo ritmo de vida desequilibrado, à beira da exaustão, e adoeci.

Três dias depois, a minha médica «receitou-me» um descanso forçado. Um mês inteiro ou (porque me conhece bem) duas semanas, no mínimo dos mínimos, sob pena de me aumentar a medicação! Faz parte da «receita», um período diário de relaxamento, o controle do sono e a restrição de «cuidados» apenas ao meu filho que, entretanto, não melhorou significativamente e a mim própria.


Sometimes you have to be your only child, your love of your life, your own hero. 
All at the same thime!

 


7 comentários:

  1. Maria, a gente muda somente de endereço. Desejo paz e serenidade para passar por essa fase. No final tudo dá certo, o problema todo é o trajeto por vezes muito doloroso. Melhoras para seu menino! Melhoras para você!

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    1. Obrigada, qrda Ziula. Continuo a ter fé nele, mas preciso de mim «bem» para não entrar em stress, «aquietar» o coração, respirar profundamente.. Relativizar os nossos problemas (quer queiramos, quer não somos mesmo uns privilegiados!) e acreditar que são importantes fases da vida que dependendo do modo como lidamos com o sofrimento, nos podem fazer crescer interiormente. Bj grande.

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  2. Nosso corpo é muito sábio. Ele sabe a hora de parar, mesmo quando teimamos em fazer o contrário! Desejo melhoras! =)

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    1. É bem verdade. Por isso devemos estar atentas a nós próprias, devemos experimentar vermo-nos de fora de nós. O problema é que os problemas dos nossos filhos são-nos particularmente dolorosos: tornam-nos frágeis, inseguros, e perdemos a lucidez. Obrigada, gentil dona do blogue «Apenas simplifique»!

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  3. Olá, tudo bem? Vim conhecer seu blog. :)
    Às vezes é necessário mesmo parar um pouco pro corpo retomar as energias. Também tenho a mania de querer abraçar o mundo e acabo esquecendo da minha saúde, mas não adianta forçar, descanse e espero que logo fique bem, você e seu filho.

    Abraços!

    Camile
    www.vidaminimalista.com

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  4. Olá, Camile:Também eu tenho visitado algumas vezes o seu blogue. No fundo, somos uma outra família, e é muito bom sentir que a nossa atitude perante a vida se vai alargando a cada vez mais pessoas, sobretudo mulheres, claro! Digo claro porque são as mulheres que levam o mundo para diante, muito embora quase ninguém queira admiti-lo. Um dia destes escrevo sobre esta matéria e os estudos que a comprovam. Obrigada por vir e pela sua força. Bj, M.

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  5. Puxa, nem sei o que dizer. No nosso contato, percebi quão rica e ativa é a sua vida, minha querida. E tão generosa com os outros...!
    Talvez você precise mesmo se poupar (um pouquinho só).
    Melhoras e muita força para você e o filhote.

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