sábado, 6 de outubro de 2012

Dia 6: A simplicidade como arte de viver

Muito do que aprendi sobre minimalismo e que desde então tenho tentado pôr em prática (embora não sistematicamenste como agora), devo-o ao livro A arte da simplicidade da autoria de Dominique Loreau, uma francesa apaixonada pelo Japão, país onde viveu grande parte da sua vida. Para mim, o dom deste livro é o de nos apresentar uma apropriação ocidental do melhor da cultura japonesa, que muito deve também ao budismo zen. No meu caso, este livro constituiu simultaneamente uma revelação e um guia de orientação de vida.

A ler   !
A proposta de Dominique é muito completa: começa pela fundamentação teórica, digamos assim, e depois passa à descrição prática de como lá chegar. A reflexão sobre o tudo o que é verdadeiramente importante na vida com base na elaboração de listas é a base da metodologia que propõe. Muito resumidamente, a autora trata dois tópicos fundamentais: a nossa casa enquanto base fundamental da vida e a nossa atitude perante a própria vida


No que respeita à casa defende em primeiro lugar a simplicidade e a beleza: possuir poucas coisas permite darmo-nos espaço para apreciar o essencial. Para isto já sabemos o que fazer: combater a tendência para acumular e libertarmo-nos de todos os objectos inúteis. Uma dica: elaborar uma lista do que salvaríamos se a nossa casa se desmoronasse devido a uma catástrofe.


A funcionalidade é a outra das características necessárias ao conforto, à paz e à alegria de viver que a nossa casa tem para nos oferecer. Como todas as casas necessitam de manutenção, devemos fazer uma lista de tudo o que não funciona ou que funciona mal e que que acaba por nos desgastar no quotidiano, e levá-la a cabo sem protelamentos.

A limpeza é, para além de uma necessidade, um gesto de gratidão para com a casa e para com a vida. A lida doméstica purifica-nos, porque nos permite experenciar a humildade e a relação com o nosso planeta e dá-nos um conforto instantâneo. Ao deixarmos a nossa casa impecável, transformamos a nossa vida para melhor. Por último, a ordem, a organização, oferecem-nos mais tempo e mais paz de espírito. E fortalecem ainda a noção de que controlamos a nossa vida: organizar cada gaveta, cada prateleira, cada armário, um dia de cada vez, rever e manter a ordem contribuem em muito paraa consciência de quem somos e do como pretendemos viver.
No que respeita à atitude perante a vida, Dominique aconselha-nos a viver o presente e a pensar positivamente.
Isto porque, quando se vive o momento presente, não sentimos o cansaço das preocupações com o futuro que sempre nos sobrecarregam em demasia. Na realidade o futuro não existe. É uma invenção dos adultos, necessária porque têm responsabilidades, mas muitas vezes completamente delirante e negativa. Para isso, uma das formas de passarmos a viver cada momento de maneira mais intensa, como as crianças o fazem intuitivamente, é quebrar a rotina, obrigando-nos a fazer uma coisa diferente. Por outro lado, todos sabemos que os pensamentos negativos nos bloqueiam e têm tendência a inundar-nos de tristeza. Para que possamos fruir diariamente momentos felizes devemos esforçar-nos por acreditar convictamente que com motivação, esforço e empenhamento fazemos acontecer coisas boas os quais, por sua vez, depois, a vida ainda nos retribuirá.


1 comentário:

  1. Bom dia, desculpe a intromissão no blog mas tenho andado a ler e adorei o texto bem como a filosofia de vida :) é sempre bom termos estas referências dos bons autores para nos ajudar a perceber como devemos levar a cabo uma vida despreocupada com apenas o que nos faz felizes. Obrigada pela partilha :)

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