quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dia 4: Cuidarmo-nos

Uma das principais razões que me fizeram querer muito aderir a «Um ano sem compras» foi o fato de ter percebido através de diferentes e variadas leituras que, muito mais do que um projecto de um ano, este é um desafio que para muitos de nós implica toda uma mudança consciente de vida.

Ao treinarmos um olhar permanentemente ativo sobre o nosso quotidiano e sobre o mundo que nos rodeia, a começar pela nossa casa, mas também no nosso emprego, no bairro em que vivemos, na nossa cidade, é quase impossível não começarmos a desenvolver uma consciência crítica sobre nós no nosso mundo. Para mim, o primeiro alerta foi o da necessidade básica e fundamental de cuidar de mim mesma. De ouvir a minha voz interior que soava lá longe, tão baixinho que eu já nem a conseguia ouvir.

Uma amiga que adoro, disse-me uma vez que nós (ela e eu) éramos daquelas pessoas que nasceram para estar sempre «ao serviço dos outros». Na altura senti muita ternura por ela e por mim. Mas senti simultaneamente também uma violenta revolta: «mas por que azar do destino ou castigo de Deus estaria eu destinada a tal fim?» Claro que enterrei de imediato esta sensação de dor bem no fundo do meu eu e só passado bastante tempo e muitas sessões de terapia depois,comecei a enunciar interiormente uma listagem de NÃOS:
  • Não vou fazer mais nenhum sacrifício por outros que me descompense;
  • Não vou continuar a pôr-me sempre no último lugar da fila;
  • Não vou viver a minha vida em função dos outros.
Do enunciado à prática decorreram vários anos, demasiados! Tem sido um processo muito difícil, mas de que nunca desisti e hoje posso afirmar que estou a mudar, todos os dias. Aprendi com o Leo Babauta nos seus Zen Habits que para mudar basta alterar as rotinas de que não gostamos para as que nos fazem bem. É tão simples quanto isso: agir!

Ao contrário do que tantas vezes ouvimos, as rotinas em si não são boas nem más. São, isso sim, necessárias: não podemos estar todos os dias a aprender a descascar batatas ou a trabalhar com um processador de texto como da primeira vez que o fizemos. E é verdade, sim: há rotinas boas, excelentes, e rotinas más, péssimas. Como a maioria de nós deixa que as rotinas se instalem sem qualquer tipo de reflexão crítica sobre por que fazemos determinada coisa de um determinado modo, sempre assim!, não vivemos em geral rotinas boas.

Cuidar de mim é pois também parte integrante deste meu projeto de vida minimalista . E pensando em como fazê-lo mais efetivamente, percebi que tenho de começar pelo básico, o meu próprio corpo. Ou  seja, tenho de:
  • dormir bem, o que para mim significa 8-9 horas de sono e levantar-me bem cedo;
  • comer bem, o que já praticamente faço;
  • fazer exercício, para além das minhas aulas de yoga;
  • investir no meu visual qb, mas mais do que tenho feito;
  • fazer os exames anuais de saúde, que descurei nos últimos três anos. 











Assim, a partir já deste mês devo reforçar as quatro primeiras rotinas e marcar os exames de saúde!

2 comentários:

  1. Maria, como as vidas se cruzam... como o modo de viver das pessoas se assemelha... o diferencial disso tudo é a forma como encaramos a rotina e nossa disposição em mudar!

    Acho que já falei, mas vou repetir, adoro seus textos!!!

    Beijos

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  2. Obrigada, querida Ziula, por seres a minha estrela-guia do hemisfério sul!

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