quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dia 10: Ida adiada ao Centro Comercial (Shopping)


Ando há mais de duas semanas a adiar a minha ida ao centro comercial Colombo, um dos maiores da área de Lisboa. Tenho mesmo de lá ir para tratar de dois assuntos que não posso tratar noutro lado. É essa também uma das grandes atrações dos centros comerciais, independentemente de todas as estratégias mais ou menos subliminares de consumo que aplicam: reúnem também todo o tipo de lojas e serviços de que necessitamos.

Centro comercial Colombo.
Centro comercial Colombo, pormenor.

Acredito que possa demorar algumas gerações até que os habitantes do nosso planeta se apercebam do que está por detrás do consumismo. É uma questão de literacia e de sensibilidade também. E, no entanto, acredito que  é cada vez maior o número de pessoas que vive e pensa como nós, a caminho de uma vida minimalista. Um exemplo, que foi uma surpresa também para mim, é o do Center for a New American Dream não apenas pelo que fazem e divulgam, como por afirmarem que estão a redefinir o «sonho americano»...  o símbolo do coração vibrante da América e uma maiores forças intrínsecas deste povo!

Aqui, na Europa, parece-me cada vez mais evidente a vontade manifesta de viver uma vida não consumista. Em Portugal, muito também por causa da crise com certeza: com 16% de desempregados e cortes salariais na ordem dos entre 5 e 10%, as famílias têm pouco dinheiro e muito medo do futuro. Por isso talvez, mesmo com o pouco que têm muitos decidiram começar a poupar. A retração do consumo foi, de há um ano a esta parte, tão violenta que milhares e milhares de lojas de comércio e serviços fecharam umas atrás das outras, em todas as ruas e avenidas de todas as cidades e vilas portuguesas.

A crise também se fez sentir e muito nos shoppings mais pequenos que começaram a... fechar: umas quantas lojas primeiro, para arrendar, depois um corredor inteiro encerrado ao público, depois outro. Entretanto, o shopping começa a perder brilho, a ficar sujo, muitas lâmpadas fundidas não voltam a ser substituidas. Um dia passas por lá e encontras apenas um café aberto, a lavandaria e a ilha das «nails»! E então o shopping fecha. Ou vai prolongando a sua agonia no tempo, em stand by: «Aguentar-se-á?» é a pergunta que todos os frequentadores que por lá ainda deambulam fazem. Neste caso, estou a pensar concretamente no segundo centro comercial de bairro mais antigo de Lisboa, o Centro Comercial Roma, inaugurado nos anos 70.

Centro comercial Roma.
A mim, os grandes-gigantescos centros comerciais sempre me incomodaram, fisicamente, diga-se. Fosse pelo ar forçado, pelo excesso de luz artificial ou pelo ruído de fundo de todas as máquinas ali concentradas, o meu limite de permanência nunca excedeu as 2 horas. E espaçadas no tempo. Claro que fui muito ao shopping, como todos nós, e pelo menos na primeira hora com indesmentível satisfação!

Mas com o tempo comecei a sentir uma espécie de enjoo de consumo, sendo o de comprar roupa o primeiro a manifestar-se! Hoje só vou a um centro comercial obrigada e faço-o com sacrifício, tanto mais que os três ou quatro que ainda «brilham» ficam longe de minha casa, obrigam a ir de carro, a pagar estacionamento e a estar lá um tempo médio em geral superior ao meu limite. Será possível que eu seja apenas uma das poucas aves raras a quem isto aconteceu?

A ler, por adultos e crianças!

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